ATA DA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 13-02-2013.

 


Aos treze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, João Derly, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Any Ortiz, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 007/13 (Processo nº 0328/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do vereador Professor Garcia, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 199/11 (Processo nº 3739/11); e de autoria da vereadora Séfora Mota, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 049/12 (Processo nº 0621/12). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito: nº 189/13, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 005/13 (Processo nº 0636/13); e nº 170/13, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/12 (Processo nº 0090/12). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 0273 e 0275/12, do senhor Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se as vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 193/12, o Projeto de Lei do Executivo nº 002/13, o Projeto de Resolução nº 045/12; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/12, discutido pelo vereador Bernardino Vendruscolo, os Projetos de Lei do Legislativo nos 180/12, discutido pelos vereadores Clàudio Janta e Idenir Cecchim, e 202/12, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Alberto Kopittke. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Márcio Bins Ely, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Alceu Brasinha, Alberto Kopittke, Tarciso Flecha Negra e Delegado Cleiton. Na oportunidade, a vereadora Jussara Cony procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de documento acerca das atividades a serem desenvolvidas em Porto Alegre, relativas à Semana da Mulher. Às quinze horas e trinta e oito minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago e João Carlos Nedel e secretariados pelo vereador Mario Manfro. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago, boa-tarde a todos e todas, primeiro, eu gostaria de registrar a presença do Suplente Ver. Alex Fraga, do PSOL, que assume esta Câmara a partir de amanhã, e fazer votos de um bom mandato, um bom combate e muito boas lutas em defesa do povo da Vila Nova e dos professores, que precisam tanto.

Nós, mais uma vez, estamos assistindo à abertura, Ver.ª Luiza Neves, de um concurso para o magistério, em que, infelizmente, o piso virou teto, em que professores com doutorado vão receber menos do que prevê o piso nacional do magistério. E esta é uma causa muito necessária para a Educação pública estadual. Portanto, a presença e a luta aguerrida do Professor Alex certamente trarão temas fundamentais sobre a Educação pública no Estado do Rio Grande do Sul.

Eu gostaria de falar, no dia de hoje, de um tema muito preocupante – o Ver. Dr. Thiago, que é médico, certamente sabe da importância do tema. Nós recebemos, Dr. Thiago, a denúncia, a reclamação de uma moça chamada Pilar, grávida de sete meses, que espera até hoje para receber uma ecografia pelo SUS. A moça está com sete meses de gravidez do seu primeiro filho e entrou desde o início lá na lista pedindo a garantia de uma ecografia pelo SUS. Nós recebemos, no ano de 2009, o caso de uma moça que recebeu o chamamento do SUS para fazer ecografia depois, Ver.ª Jussara Cony, de ganhar o bebê. E nós estamos trazendo essa denúncia de antemão para a tribuna da Câmara Municipal, porque a família tem se apertado para garantir as ecografias particulares – o pai do bebê que está por vir é professor –, para garantir que a criança nasça com segurança, que sejam feitos os exames para que o bebê nasça com segurança, a mulher tenha um parto seguro e não corra risco de vida. É absolutamente assustador que as pessoas não recebam o mínimo – o mínimo! – do atendimento necessário para o caso de uma gravidez, o mínimo! E nós sabemos que não é um caso isolado. No posto de saúde, que fica atrás do Grupo Hospitalar Conceição, foi informado ao casal de que o problema é o sistema de informatização.

Ora, na campanha eleitoral, em todas as propagandas de tevê, aparecia que o sistema de informatização era perfeito e que garantiria a celeridade e agilidade no atendimento da população. Nem bem começamos o ano de 2013 e já temos uma situação grave, como esta que está acontecendo com a Pilar, com seu bebê que está por vir e a sua família.

E como ficam aquelas pessoas que não conseguem economizar recursos e não conseguem garantir a ecografia antes do nascimento do bebê? Nós estamos diante de uma das situações que assolam os problemas de Saúde pública no nosso País, prezado Líder, Ver. Pedro Ruas, como a demora no atendimento das especialidades, o desrespeito aos direitos básicos das mulheres, o sistema de informatização que não funciona e faz com que essa jovem até hoje não tenha sido chamada pelo SUS.

Nós, que estamos acompanhando as visitas que a Câmara tem feito aos hospitais – e saudamos esta iniciativa, porque é fundamental que a Câmara de Vereadores fiscalize o exercício, o atendimento da Saúde pública –, achamos que é necessário também fazer essa visita aos postos e ver esses encaminhamentos em relação a exames básicos, exames fundamentais que estão sendo tolhidos da população, como no caso de 2010, que eu trouxe a esta tribuna, de uma moça que foi chamada depois de ganhar o bebê para fazer ecografia; como o caso de quem espera seis anos por uma cirurgia, para quem espera dois anos para o atendimento de uma especialidade; para quem fica, Ver. Pedro Ruas, como foi denunciado pelo Simers – Sindicato dos Médicos –, mutilado em função de não receber o atendimento correto em traumatologia, no prazo, para que sejam resolvidos os problemas de saúde.

Nós estamos diante da 6ª economia do mundo, ou 7ª – varia conforme a pesquisa – e 184ª em desigualdade social. Nós estamos diante de arrecadações enormes, mas o Governo Dilma paga mais da metade dos recursos para financiar os banqueiros através da dívida pública que nunca foi auditada e não garante recursos para a Saúde pública. E o Governo Fortunati, infelizmente, aumentou as verbas de publicidade, aumentou, no final do ano passado, o gasto com os Cargos em Comissão, e, infelizmente, não vimos o mesmo aumento para resolver os problemas da Saúde pública da nossa população. Espero que o caso da Pilar seja resolvido e que seja um alerta para a situação das mulheres grávidas, e que haja, de fato, políticas públicas para garantir, no mínimo, aquilo que é fundamental, como ecografia, pré-natal e todo o atendimento ginecológico que garante segurança para a mãe e para o bebê.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna. Essa senhora pode, Ver.ª Fernanda, recorrer também ao Mutirão da Cidadania.

A Ver. Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, em Liderança pelo Partido dos Trabalhadores, eu gostaria de retomar os temas da Usina do Gasômetro, a duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva e a necessidade de corte das árvores.

Em primeiro lugar, devo aqui, Ver.ª Jussara, Ver. Paulo Brum, Ver. Airto, parabenizar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, que prontamente chamou o tema para si e construiu com o Governo Municipal este espaço de tempo e um espaço de diálogo com a sociedade, o que vai acontecer nesta Casa, amanhã – o Ver. Dr. Thiago deve se orgulhar deste Legislativo que preside –, porque é um tema que está em pauta, é uma pauta forte na Cidade, é uma inconformidade muito grande com a inexorabilidade de a obra ser feita assim e serem retiradas 115 árvores frondosas.

Nós esperamos que amanhã, de fato, o Governo venha para o diálogo e venha construir alternativas. A juventude que se manifestou não é um pequeno grupo, mas um grupo que está cuidando, preservando um patrimônio instalado na Cidade há muitos anos, que é o patrimônio ambiental.

Eu trouxe, para falar em Tempo de Liderança do PT, uma construção que o Instituto de Arquitetos do Brasil fez, durante o ano passado, com uma série de debates sobre o tema da cidade, sobre urbanismo. O Instituto dos Arquitetos publicou dez pontos fundamentais para as próximas Administrações Municipais construírem um projeto de cidade – isso está acessível na página do IAB. Foram pontos sistematizados pela arquiteta Maria Tereza Albano, mas é uma contribuição de arquitetos e urbanistas que promoveram debates durante todo o ano passado. Extremamente interessantes, consistentes os dez pontos oferecidos pelo IAB aos administradores das cidades que assumiram, agora em janeiro, os seus governos. Chama-nos a atenção alguns – são dez extremamente consistentes –, e o primeiro fala do planejamento (Lê.): “Retomar o planejamento de médio e longo prazo como ferramenta central de um projeto de cidade”, considerando o Plano Diretor que atenda à Constituição Federal e o Estatuto da Cidade.

Então, reafirma o Estatuto da Cidade, que tem muitos instrumentos ainda não executados de proteção ao nosso ambiente, de proteção aos direitos do cidadão e dos direitos ambientais. O item 2 fala da participação social. (Lê.): “A participação é um direito e uma garantia de cidadania. Garantir a participação da comunidade em todas as etapas do processo de planejamento urbano, inovando e avançado em relação às práticas vigentes; informar, expor, debater e submeter à sociedade os projetos para a cidade e os grandes investimentos públicos; implementar, garantir a democracia e a transparência nas decisões sobre a cidade e o papel do poder público como mediador [isso é muito importante] dos conflitos e indutor do desenvolvimento”. Para falar de dois temas, porque depois fala da mobilidade urbana, da habitação e da paisagem urbana e patrimônio. (Lê.): “Valorizar políticas de patrimônio ambiental – natural e cultural – voltadas à qualificação espacial das paisagens representativas...” Mas ao que eu quero chamar a atenção é que esse é um instrumento para nós, Vereadores, para os Prefeitos, muito disso está consagrado no Plano Diretor da cidade Porto Alegre. Mas tem um tema que é o tema da participação popular. Esta cidade não pode achar que a imperiosidade das obras, a imperiosidade dos recursos que estão disponíveis e a sabedoria dos arquitetos e dos engenheiros estão acima da manifestação social, da cidadania, da vontade popular e da necessária mediação que o gestor público, que o Estado faz entre e o desenvolvimento e o cidadão, que é incomodado, que é atingido por esse desenvolvimento. Essa mediação é que o Estado público precisa fazer e não é o que aconteceu nesse caso. O Estado público está, na verdade, fazendo uma obra sem discussão com a sociedade.

Agradeço ao Presidente, que segurou o meu tempo por uns segundinhos para que eu pudesse encerrar minha frase. Encerro, dizendo que a gente quer ver, amanhã, protagonizada por esta Casa, é a mediação com o poder popular, com o direito de o cidadão decidir os destinos e a paisagem da sua cidade e incidir sobre os desenhos, os projetos dos técnicos e sobre imperiosidade do desenvolvimento. Muito obrigada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2578/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/12, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o Diploma Honra ao Mérito à senhora Ivone Maria Marin Pacheco.

 

PROC. Nº 2602/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/12, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao professor Benno Becker Júnior.

 

PROC. Nº 0475/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/13, que extingue 3 (três) funções gratificadas de diretor de nível 8 (oito) e 2 (dois) cargos em comissão de nível 7 (sete), e cria 3 (três) cargos em comissão de nível 8 (oito), no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, constante do anexo da Lei nº 11.245, de 4 de abril de 2012, no âmbito do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2252/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/12, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, que revoga a Lei nº 11.213, de 6 de fevereiro de 2012 – que disciplina a realização de eventos culturais, econômicos, políticos ou de outra natureza no Largo Jornalista Glênio Peres e revoga as Leis nos 9.404, de 3 de fevereiro de 2004, e 10.660, de 20 de março de 2009 –, e repristina os efeitos das Leis por aquela revogadas.

 

PROC. Nº 2387/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/12, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui inc. VII no art. 18-B da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, estabelecendo a não incidência de ISSQN sobre a atividade e os valores recebidos pela realização de vistoria de veículos automotores para o cadastramento de registro de veículos novos ou usados realizados pelos Centros de Registro de Veículos Automotores – CRVAs.

 

PROC. Nº 2664/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/12, de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna, que dispõe sobre o tombamento do Estádio Olímpico Monumental, localizado no Largo Patrono Fernando Kroeff, nº 1, Bairro Azenha, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou discutir um Projeto que causou bastante polêmica. Eu não pude comentá-lo na primeira sessão de Pauta, ele segue em segunda sessão de Pauta; trata-se do Projeto do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna sobre o tombamento do Estádio Olímpico Monumental. É polêmico, pois sabemos que o Estádio Olímpico entrou numa grande negociação com a OAS Empreendimentos. Quero recordar que, quando da aprovação, nesta Casa, do Projeto Arena do Grêmio, portanto de índices construtivos, seja para o espaço do Estádio Olímpico, seja para o Eucaliptos – Inter –, seja para a área do entorno da atual Arena, nós fizemos uns debates bastante densos, em alguns momentos tensos, porque uma das tensões, Vereadores, especialmente os novos Vereadores, era o tema do impacto viário, da densificação que seria causada pela substituição do Olímpico por prédios de moradia, por prédios de apartamentos, e devido ao índice concedido à época, de 72 metros de altura, sendo que a Cidade tem como padrão a altura máxima de 52 metros nos empreendimentos. Ou seja, foram concedidos índices especiais naquela área também, na área do Olímpico, o que significa alguns patamares, alguns andares acima do normal da Cidade, um incentivo, portanto, concedido pelo Poder Público.

Fizemos vários debates, à época, com a mediação do atual Prefeito Municipal – o Prefeito José Fortunati era o Secretário de Planejamento –, várias reuniões no Salão Nobre, procurando construir mediações em função do impacto, procurando construir, inscrever, registrar contrapartidas. Discutíamos, por exemplo, como a Av. Azenha ia suportar o novo fluxo, já que a Av. Azenha, o Ver. Nedel sabe muito bem, já é uma avenida extremamente conflituada. Não obtivemos sucesso algum, a não ser, Ver. Comassetto, iniciativa de V. Exa., gravar no Projeto Arena do Grêmio que aquela área, nova no bairro Humaitá, seria tratada como uma operação urbana consorciada, portanto tratada de forma integrada, com todas as implicações de uma instalação de um novo empreendimento, sejam viárias, de esgotamento sanitário, habitacional, cultural, social, etc., uma emenda que está sendo solenemente desconhecida, ignorada. E muito menos conseguimos amarrar contrapartidas viárias para a área, para a região do atual Olímpico, futuras instalações da OAS.

Portanto, a iniciativa dos Vereadores do PSOL, Ver. Pedro Ruas e Ver.ª Fernanda, vem dialogar com essa incerteza e com essa iminente densificação, sem as medidas compensatórias e mitigadoras que vão ocorrer lá. E aí batem dois conceitos, de que fala o IAB, nos dez pontos: no planejamento a médio prazo, na antecipação dos problemas, e o outro – o IAB, lá pelas tantas trata disto –, o das operações urbanas consorciadas. Quando vocês propõem o tombamento, Fernanda, também dialogam com uma outra demanda, a grande torcida do Grêmio, que não concorda, que não participou, “em gênero, numero e grau”, no detalhe da negociação, não é, Ver. Brasinha? O Ver. Brasinha sabe que deve falar com os gremistas. Cada um dos gremistas fala que gostaria de preservar o Olímpico. Aliás, ouvi, lá na beira do rio das Antas, os torcedores do Grêmio dizendo que os sócios e os não sócios, todos se dispõem a dar R$ 5,00, R$ 10,00 para recomprar da OAS o Estádio Olímpico – eu ouvi, Vereador! Então quero dizer que este Projeto, se não é nesse formato, porque o tombamento talvez seja hard, é um projeto que traz de volta estes dois problemas: a paixão dos gremistas, que não querem perder o Olímpico, e a iminente densificação, sem contrapartida, naquela área já bem conflagrada.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia Cavedon, a senhora lembra que, sobre o Grêmio contra a empresa OAS, houve várias audiências, e a senhora participou delas. A senhora sabe de toda a negociação que foi feita. Às vezes a senhora faz que não sabe, mas a senhora sabe corretamente. Mais ainda, Vereadora, sei que o Ver. Pedro Ruas apresentou este Projeto, mas quero dizer para a senhora que eu, como gremista e conselheiro do Grêmio, não concordo com ele, porque isso vai se tornar um verdadeiro calote, e eu não faço parte desse calote.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Brasinha, este é um debate que tem que ser feito, exatamente. Apenas fecho dizendo: nós não construímos nenhuma mediação naquela negociação, Ver. Brasinha, não houve nenhuma alteração que a OAS e o Grêmio aceitassem ou o Secretário do Planejamento, hoje Prefeito José Fortunati, aceitasse, nenhuma! Não houve nenhum avanço, nenhuma concessão construída naqueles duros e densos embates; ao contrário – estamos aqui, está aqui o Ver. Nereu –, naquela conversa nasceu a famosa Emenda nº 09, que ampliou muito o Índice Construtivo, de novo sem cobrança por eles. Emenda nº 09, que depois virou uma legislação. Então, realmente, não foi, na minha avaliação, nem para a Cidade, nem para a torcida do Grêmio o melhor negócio; quem sabe o Projeto enseje uma medida mitigadora para ambos os aspectos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Sofia. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Thiago, na pessoa de V. Exa., quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste nas galerias ou na TV Câmara, senhoras e senhores aqui presentes nesta tarde de reinício de trabalhos. Eu quero, inicialmente, manifestar-me no sentido de cumprimentar a nossa escola de samba campeã do carnaval de Porto Alegre, na pessoa do Presidente Cleomar. A Bambas da Orgia sagrou-se campeã, uma escola que vinha se recuperando de desempenhos bons, mas não tão bons, e agora então consegue o resultado que tanto é almejado por todas as escolas. Cumprimento também todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para o carnaval. A avenida realmente mostrou que Porto Alegre sabe fazer carnaval, com as escolas de samba que desfilaram e o público; quem esteve lá no Porto Seco neste final de semana realmente constatou que o Rio Grande do Sul tem um carnaval belíssimo. Então, a todas as escolas, em nome da Bambas da Orgia, aqui vai o reconhecimento da liderança da nossa Bancada.

Quero também fazer menção a este momento de otimismo que vive a Cidade, já com vistas a receber a balneabilidade das águas do Guaíba, o que nos alegra muito; em breve, teremos 80% de esgoto tratado na Cidade, e, provavelmente, de Ipanema para baixo, as praias terão balneabilidade, o que é muito relevante. É uma página que nós estamos reescrevendo da história da Cidade, construída pelo nosso Governo com o apoio desta Câmara Legislativa, que proporcionou condições para que o Programa Socioambiental fosse viabilizado na Cidade. Hoje passa a ser uma realidade muito próxima, sem contar que, obviamente, a despoluição das águas traz também um reencontro das pessoas com a orla. Porto Alegre é uma cidade que tem 74 quilômetros de orla, Ver. Nereu, e saber que vai poder se reencontrar com o rio, que as suas águas vão ficar despoluídas é algo muito significativo. A gente já vê movimentos importantes de reaproximação. Nós estávamos virados de costas para o Guaíba e, agora, já estamos ali com o catamarã, retomando os trabalhos; a segunda ponte do Guaíba já está a passos avançados, no sentido de sua viabilização; e, também, obviamente, ocorre essa recuperação da Orla, inicialmente, às vésperas da Copa, naquele entorno do Beira-Rio, que será o Estádio da Copa do Mundo. Mas também está ocorrendo toda essa recuperação que vem do Cais do Porto, essa que também vai ser uma obra que vai reescrever uma página importante do Centro, principalmente do Centro Histórico da Cidade. Nós já percebemos que para aquele local há investimentos importantes, tais como a qualificação do Chalé da Praça XV, a Praça XV, o próprio Mercado Público; aliás, eu diria, as três principais praças, Ver. Cassio, V. Exa. que acompanhou o que ocorreu na Praça da Alfândega, as obras de qualificação do espaço urbano da área central. Agora, vai iniciar também ali o trabalho de revitalização da Praça da Matriz, que deve seguir até o Largo dos Medeiros, também, que vai realmente abrir toda essa região, toda ela histórica, em função dos pavilhões, assim como o próprio significado que tem a Usina do Gasômetro para a Cidade. E dali, então, em diante, até a ponta, quase chegando ao Estaleiro, nós teremos toda uma remodelação de Orla, proposta aí, Ver. Paulo Brum, por Jaime Lerner, nosso arquiteto curitibano. É um projeto aprovado no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, que deve, sem dúvida nenhuma, dar uma outra cara para a Cidade.

Quero falar também, um pouco, a respeito da situação que envolve as obras, que traz algum transtorno, mas é um transtorno para médio prazo, porque, a longo prazo, vai ser recompensado pelas obras de infraestrutura que estão hoje se moldando na Cidade, e a gente que chega pelo Aeroporto, pela entrada da Cidade, já percebe alguns retornos. Isso vai se transformar agora no cotidiano da Cidade, e algumas situações talvez possam vir a esta Casa para um debate a respeito desses ajustes, principalmente no trânsito. No que diz respeito à 3ª Perimetral, nós teremos cinco obras de arte, que vão eliminar cinco sinaleiras e que devem proporcionar também qualidade de vida para os moradores do entorno, agilidade no tempo e, sem dúvida nenhuma, um novo formato na arquitetura da Cidade.

Eu trago aqui uma das ideias que surgiu como alternativa: ali na Av. Cel. Aparício Borges, aquele viaduto que vai ter, por baixo, a linha do ônibus e, por cima, os carros normais, que foi uma alternativa que nós encontramos, na época, para salvar tanto a Igreja como o Batalhão de Cavalaria do Exército. Então, nós encontramos ali essa solução de engenharia; vai ser um viaduto duplo, algo também novo para a Cidade, sem dúvida, deve se tornar também um cartão postal da Cidade.

Então, é dentro desse clima de entusiasmo que a gente vem aqui se manifestar em nome da Liderança do nosso Partido. Quero dizer também que a nossa Bancada está reforçada com sete Vereadores: Ver. Nereu, Ver.ª Luiza Neves, Ver. Dr. Thiago, Presidente da Casa, Ver. Janta, Ver. Cleiton, Ver. Mario Fraga. Temos grandes desafios, sabemos que muito foi feito, mas que muito ainda precisa ser feito. Nós acreditamos muito que teremos um grande e bom trabalho a ser feito neste ano e no mandato que se iniciam. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas, muito boa-tarde a todos e a todas; nosso Presidente, Ver. Dr. Thiago; Ver. Cecchim, a todos outros colegas, um ótimo retorno do carnaval; uma saudação também à escola campeã aqui de Porto Alegre. Estou aqui para comentar o Projeto do Ver. Pedro Ruas, que é sobre o tombamento do Olímpico. Como tive a oportunidade de comentar, acho que o Vereador traz um tema importante relacionado ao impacto pela forma de como possa ser feita a destruição do Olímpico, através de uso de dinamite. E acho que, sim, este é um tema importante sob o ponto de vista ambiental e da saúde, que nós possamos, talvez, buscar uma forma de impedir que o impacto... Como ele mesmo disse, uma tonelada e meia de dinamite poderá danificar aquela área e que se pode usar, para isso, outros métodos, para que nós tenhamos, obviamente, todo o cuidado para não nos tornarmos também uma Cidade perigosa para se fazer investimentos, Ver. Brasinha, investimentos esses já pactuados, contratados, em que, obviamente, existe todo um cálculo feito em cima das vantagens para que se faça a construção. E a construção da Arena já está feita, e é preciso ver, com muito cuidado, a nossa interferência nesse tipo de contrato.

Eu aproveito, já que estamos falando aqui ainda da Arena e do Olímpico, para saudar o convênio feito, na sexta-feira, entre o Governo Dilma e a Prefeitura Municipal e, como nós sempre aqui temos destacado, nós queremos ser, a Bancada do PT, um interlocutor entre o Governo Federal, o Governo Estadual e o nosso Prefeito, para que nós possamos colocar acima das nossas diferenças e questões partidárias o que há de melhor para a nossa Cidade. Eu saúdo a contratação que o Governo Federal fez, o repasse de quase R$ 16 milhões para a execução das obras do entorno da Arena, o aperfeiçoamento da drenagem, o remanejamento da rede de energia, iluminação pública e a complementação da pavimentação do bairro Humaitá, tudo com recursos do Governo Federal, da Presidenta Dilma, atenta para a melhoria da nossa Cidade e a preparação para a Copa do Mundo.

Por fim, eu quero aqui destacar que nós realizamos, na última quinta-feira, uma audiência, eu e o Ver. Alceu Brasinha, sobre um tema que está movimentando aqui a nossa Cidade, que é a colocação de cadeiras na arquibancada da Arena. Na verdade, o que está acontecendo, neste momento, é uma elitização do futebol do Rio Grande do Sul. Estão proibindo que os pobres, os trabalhadores, Ver. Clàudio Janta, possam entrar para os estádios de futebol, trabalhadores esses que construíram o Olímpico, que construíram o Beira-Rio, e agora vão ser proibidos. Eu ousaria dizer, talvez até de forma não oportunista, mas um pouco acelerada, por parte daqueles que têm a obrigação de nos proteger, e, tendo em vista a tragédia lá de Santa Maria, estão aproveitando para impedir que se torça nos estádios de futebol, Ver. João Carlos Nedel. Isso está mobilizando a juventude de Porto Alegre, tanto de gremistas quanto de colorados, porque nós não podemos nos tornar uma Cidade sem jovens, uma Cidade em que os jovens não podem mais se reunir, seja na Cidade Baixa, antigamente aqui no Bom Fim, e agora na Arena do Grêmio. Não pode ter jovem; onde tem jovem, tem confusão, tem violência, tem drogas. Fechem-se, extingam-se os espaços onde a juventude de Porto alegre comemora.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para cumprimentá-lo, Ver. Alberto Kopittke, o que eu já havia feito pessoalmente. Agora, de público, faço questão, porque V. Exa. examina com muita lucidez cada um dos temas que merecem sua atenção, particularmente o primeiro enfocado no dia de hoje, que é o Projeto de nossa autoria, minha e da Ver.ª Fernanda Melchionna, eu fico muito honrado com a sua atenção e, mais do que isso, com a forma com a qual V. Exa. tem colocado possibilidades, novos ângulos de visão sobre o Projeto. Parabéns.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Muito obrigado, Ver. Pedro Ruas, pelo diálogo. Também tenho grande respeito pelo seu trabalho.

Por fim, colegas e Presidente, para encerrar, quero dizer que nós vamos seguir esse movimento. Está sendo convocada uma grande manifestação para acontecer amanhã, ao meio-dia, no Estádio Olímpico. Já tem mais de 3.500 torcedores que confirmaram presença pelo Facebook, e nós vamos juntar grande quantidade de jovens e de torcedores para dizer que estádio de futebol é, sim, lugar de alegria, de torcer com segurança. Não vamos tornar os nossos estádios lugares de silêncio, lugares onde se pode apenas tecer meros aplausos para não atrapalhar o esporte. Não é isso que nós queremos: nós queremos os estádios vibrantes!

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sobre pobre ir a estádio de futebol, sobre preços mais acessíveis, acho que a solução não é tão difícil, é manter os mesmos preços na geral, só que as pessoas, por orientação de segurança, ficarão sentadas, porque, vejam, eu estive no último ou penúltimo jogo do Grêmio lá na Arena, e o meu filho fez questão de ir para a geral. Eu não pude assistir, porque todo mundo ficava de pé; eu queria ficar sentado, mas o pessoal ficava de pé, e eu não podia insistir, aí eu ficava de pé também. Só que eu já sou coroa, ficar duas horas de pé é impossível; então, tem o outro lado também. Manter os preços baixos, acho que é a solução.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Agradeço. Só para destacar: na verdade, com a colocação de cadeiras, aquele espaço perderá 5 mil possibilidades de ocupação por torcedores. Nós vamos diminuir de 7 mil, que cabem hoje naquele setor, para apenas 2 mil. E há, Ver. Nedel, mais de 2/3 do Estádio disponível àqueles que queiram, obviamente, ter o direito de torcer sentados e acompanhar o jogo. Eu creio que há espaço para os dois, e nós devemos buscar uma solução para que os nossos estádios não fiquem conhecidos pelo seu silêncio, mas, sim, pela sua torcida, pela sua vibração, levando os nossos times adiante, e a juventude para o estádio, porque ela estará em algum lugar; melhor que seja no estádio, convivendo com pessoas como o senhor, pessoas de todas as idades. As gerações precisam se encontrar na nossa cidade de Porto Alegre, se nós quisermos vencer a violência. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna para comentar o Projeto de autoria do Ver. Márcio Bins Ely. Claro que eu, aqui no Plenário, vou apoiar, e até, se esta Casa acompanhar, nós estaremos dando ao Legislativo uma outra condição a que não temos tido oportunidade quando alguns Projetos são entendidos pela Casa como de necessidade do Executivo, Ver. Villela. O Projeto do Ver. Márcio trata de não estabelecer incidência do ISS na realização de vistorias em veículos automotores. Eu não tenho dúvida de que vou votar favoravelmente, até porque tenho vários Projetos na área tributária que, quase todos, têm sofrido para aprovação, porque a maioria dos colegas, muitas vezes seguindo orientações da Secretaria Municipal da Fazenda, não os acompanham. Como o Ver. Márcio, ex-Secretário do Governo, membro da CCJ, propõe esse Projeto, eu fico muito feliz. Isso me dá uma sinalização de que nós estamos em novos momentos e por isso eu quero, de antemão, dizer do meu apoio. O Projeto trata de tributo, não estipula prazo, e nós sabemos que pelo art. 113 da Lei Orgânica nós precisamos dizer qual é o prazo da vigência do que é instituído pelo Projeto, e aqui isso não está contemplado; talvez tenha sido um esquecimento do Vereador. Por outro lado, o Projeto também não diz de onde vai tirar a diferença do desencaixe que poderá trazer ao Executivo na medida em que não vai se cobrar o ISS. Então, são duas questões que nós apresentamos, mas nem por isso vamos ser contrários. Até porque vamos aproveitar a carona, pois nós temos vários projetos que vêm com dificuldades, e, na medida em que se confirme a possibilidade de esta Casa mudar o comportamento nas votações, não temos dúvidas de que aplaudiremos. E, como disse antes, aproveitaremos o novo momento, que é o que estamos pressentindo, na medida em que o Projeto é proposto por um Vereador com muita experiência, advogado, membro da CCJ, membro do Governo, o que demonstra claramente que a Casa está em evolução. Estamos vendo um novo momento.

Quero cumprimentar o Ver. Márcio Bins Ely e quero, desde já, dizer que aqui no Plenário, no mérito, vamos votar favoravelmente; lá na CCJ, vamos fazer uma discussão um pouquinho maior. Mas aqui, Vereador-Presidente, V. Exa., que é colega do Ver. Márcio Bins Ely – que não está neste momento aqui presente –, leve a ele essa nossa preocupação muito atenta no sentido de ver esse Projeto vindo para Plenário com aprovação. Porque, como o Ver. Pedro Ruas me disse outro dia, o Direito caminha, acompanha a evolução da sociedade, e talvez aqui esteja a confirmação da sua tese, de que o Direito está caminhando no sentido do aprimoramento. Era isso, Presidente. Parabéns ao Ver. Márcio Bins Ely.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Senhor Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero saudar a Escola Campeã do Carnaval de Porto Alegre, todas pessoas que foram à Avenida. Semana passada, alguns Vereadores estavam preocupados com que talvez não saísse o Carnaval em Porto Alegre; no entanto, saiu um grande Carnaval, onde a azul e branco foi a grande campeã.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Peço vênia a V. Exa. para me solidarizar com os cumprimentos à Escola de Samba Bambas da Orgia, e o faço, literalmente, na condição de integrante, patrono do Estado Maior da Restinga. Sei que há polêmica em torno da conquista, mas acho que o Carnaval de Porto Alegre ganha, e muito, com a escolha do Bambas da Orgia como a vitoriosa do ano, na medida em que ela quebra uma sequência de vitórias de outras escolas e renasce com toda força, da qual a grande Nação Bambas é possuidora. Inclua-me, por gentileza, nos seus cumprimentos. Quero subscrevê-los integralmente.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Está incluído, Ver. Reginaldo Pujol, um grande representante do Estado Maior da Restinga e um carnavalesco da nossa cidade de Porto Alegre. Queria, aproveitando este momento do carnaval, onde nosso povo expõe os encantos da nossa Cidade, do nosso Estado, e do nosso País, discutir o Projeto do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna, que trata da utilização do Largo Glênio Peres. Acho que os espaços democráticos da nossa Cidade, como a Esquina Democrática e o Largo Glênio Peres, não podem ser vetados ao uso público, não podem ser vetados à manifestação popular, não podem ser vetados à economia solidária, à feira de artesanato, à manifestação popular, aos shows gratuitos que são feitos ali. Comento, porque a Entidade que presido, no dia 8 de Março, costuma fazer shows ali, como no dia 1º de Maio, quando não o faz no Anfiteatro Pôr-do-Sol. Várias entidades, várias manifestações ocorrem naquele Largo Glênio Peres, que traz o nome de um pedetista que muito lutou pelos direitos das pessoas e principalmente pela forma como as pessoas poderiam se manifestar. Então, eu acho que aquele Largo tem que ser entregue novamente à população de Porto Alegre, assim como o Brique da Redenção, que hoje já passa por limitações: não pode ser usado como antigamente, quando servia de campanha para adoção de cachorros, de gatos; servia às entidades que buscavam assinaturas, e ali havia várias manifestações. Hoje tais manifestações estão sendo reprimidas, ceifadas das nossas praças da Cidade. Então, eu acho de extrema importância este Projeto do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna, que devolve esses espaços públicos à população de Porto Alegre, principalmente o Largo Glênio Peres, onde os artesões e outras pessoas de Porto Alegre tiram o seu sustento. Isso a gente vê nas feiras de Porto Alegre, onde os artesões expõem, como no Largo Glênio Peres, quando as pessoas fazem do artesanato o seu próprio sustento, e que hoje não mais poderão usar o Largo Glênio Peres nos fins de semana para expor o seu trabalho. Então, nós apoiamos integralmente este Projeto de devolver o Largo Glênio Peres à população de Porto Alegre. Força e fé para seguirmos em frente na luta pelos trabalhadores brasileiros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, é uma alegria te encontrar aqui, Ver. Nereu, como colega. Eu ainda não tinha tido essa oportunidade; eu fico feliz por isso. Eu fiquei feliz com a defesa que o Ver. Alberto Kopittke fez, queria cumprimentá-lo por fazer essa defesa da alegria nos campos de futebol; é lógico que tem que coibir os baderneiros. Eu fico muito feliz porque se levanta uma voz contrária à do Secretário de Segurança do Estado, que queria fechar não só aquela parte, mas toda a Arena do Grêmio! É um Secretário que tem tido poucas luzes, acho que ele tem luz, senão não seria Secretário, mas tem tido poucas luzes em relação à Segurança do Estado. Agora vejo que um Vereador que entende de segurança também é contrário, assim, direto ao Secretário de Segurança do Estado. Então, eu fico tranquilo nessa parte porque, dentro de casa, já está sofrendo contestação o Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul.

Eu queria só dar uma pequena comentada sobre o que estava falando a Ver.ª Sofia Cavedon em relação às arvores. Ninguém quer derrubar árvore, cortar árvore de graça! Tem a compensação, ninguém está sem juízo para fazer isso, mas eu queria lembrar – é uma pena que a Vereadora não está aqui – que, na época em que o Ver. Todeschini era do DMAE, ele queria, no Projeto Socioambiental – mas fazer correndo, aprovar para pegar um dinheiro adiantado, e não iam fazer o projeto mesmo, do BID –, cortar cinco mil árvores na Zona Sul, Ver. Brasinha, cinco mil árvores! O Prefeito Fogaça teve que refazer o projeto, fazer subaquática a tubulação, e não precisou cortar sequer uma árvore. Eles tinham tido a ideia luminosa de fazer um grande tanque – desculpe-me quem está me ouvindo – que foi apelido de “bostódromo” lá na Zona Sul, porque era a céu aberto, com 26 metros de diâmetro! Tudo isso no Governo da Ver.ª Sofia Cavedon; se não me engano, ela era até Secretária do Município na época. E tivemos que consertar esses projetos. Agora, vem ela aqui: “Estamos indo ao Ministério Público Estadual levar a denúncia sobre as árvores”. O Ministério Público já sabe, o mundo já sabe! Mas a Ver.ª Sofia vive... eu acho que o grande trauma dela é de não ter tido a oportunidade de ser Promotora Pública, ela queria tanto ser do Ministério Público! Então, ela usa o Ministério Público para qualquer coisa, ela não garante... Ela poderia discutir com a Cidade, fazer Audiência Pública; não, ela corre para o Ministério Público. Só para fazer esse registro sobre o que é a Ver.ª Sofia no Governo, o que ela é aqui na Câmara e o que ela discursa lá na rua, é bem diferente. Parecem pessoas diferentes, mas não são; são todas as mesmas entidades incorporadas numa pessoa só.

Voltando à discussão aqui, eu preciso fazer não um reparo, Ver. Janta, mas uma pequena contestação em relação a entregar, devolver o Largo Glênio Peres à população. Ele foi devolvido há pouco tempo. Ele era dominado pelos camelôs, pela confusão, pela baderna, pelos batedores de carteira, pela Gangue das Gordas... Nada a ver com nós dois, Vereador, a Gangue das Gordas, pelo peso, mas este Largo Glênio Peres...

Eu solicito, Presidente, continuar falando em liderança.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: O Largo Glênio Peres foi devolvido para a população naquela época. Eu devo concordar com o senhor que os shows... O Largo Glênio Peres pertence a todos os porto-alegrenses. Então, eu quero dizer que, para as manifestações populares, para fazer a concentração do Dia do Trabalho, ou seja lá qual for, nós não temos nenhuma contestação; ao contrário, acho que lá é o lugar, e também para a população assistir, ouvir e debater. Outra coisa é fazer feiras lucrativas com patrocínio de Petrobras, com patrocínio de sei lá quantas entidades pelo Brasil afora para uma chamada economia popular que de popular não tem nada. Aquilo é uma meia dúzia de espertos que vêm de Santa Maria, que vêm não sei de onde e cobram para expor lá dentro! O Município dá de graça, o senhor tem a boa intenção de dar de graça, e eles vêm e cobram! Então, isso não está certo! E acabam quebrando, porque eles vendem a mesma coisa que vende o pessoal do Mercado Público; eles vendem os mesmos produtos, menos carne e peixe, o resto eles vendem tudo: salame, queijo, vinho, pão; tudo, vendem de tudo! Eles vendem de tudo! Isso não é economia popular, não é economia solidária. Costuma se dar o nome de economia solidária para tudo aqui em Porto Alegre. Nós temos que começar a ver o que é solidário mesmo, o que ajuda as outras pessoas, o que cria emprego e o que ajuda Porto Alegre. Aquela economia solidária que acontece não é de Porto Alegre, a matriz é de Santa Maria. Daqui a pouco tem que começar a dar os nomes de quem coordena isso, quem são os caras da ONG tal, X, Y e Z, quem é que fatura em cima disso. Então, isso não é devolver o Largo Glênio Peres para a população. Deixar o Largo para quem precisa fazer manifestação, para as entidades, para os sindicatos, para a força sindical, nós estamos completamente a favor. Agora, devolver para a população não quer dizer atirar o Largo Glênio Peres como estava antes. Aquilo não era para a população; para a população o Largo Glênio Peres está sendo agora: todo mundo passa, caminha e volta! E não precisa fazer uma curva de uma quadra, como era antigamente, para chegar na Rua Voluntários de novo. Quanto a isso, eu me coloco à disposição de V. Exa. para a gente discutir um pouco mais sobre o assunto, até mesmo para lhe dar algum subsídio. Às vezes a gente precisa agregar alguns subsídios para não cometer uma injustiça. Sei que V. Exa. tem toda boa-fé, pensou na população realmente, mas, por trás dessas organizações, tem alguma coisa que explora a boa vontade e explora o espaço público, e é isso que não podemos permitir que aconteça.

Nós não podemos confundir, Ver. Bernardino, aquilo que é projeto de oposição com o que é de Governo. Tem muitos projetos que são da Cidade, de setores, e nós respeitamos todos. O Projeto de isentar um determinado setor de ISSQN, eu acho que aí tem que haver uma discussão bem ampla, Vereador e ex-Prefeito Villela, uma discussão mais complexa, porque todos os setores precisam ser olhados com a mesma intensidade. Há setores que são injustamente tributados em mais do que poderiam pagar, mas é uma discussão que temos que fazer com muita profundidade e ouvindo todos os lados: o Executivo, as pessoas, o setor e todos os Vereadores que têm subsídios para dar sobre isso. Esperamos que esse Projeto seja bem discutido, todos os projetos que passam por aqui são bem discutidos. Eu mesmo tenho um Projeto vetado pela Secretaria da Fazenda, acho que o Prefeito nem está de má vontade com isso, mas a Secretaria da Fazenda veta tudo! O que dá trabalho para a Secretaria da Fazenda eles vetam! Eles não param um minutinho para saber se o Ver. Paulinho tem um argumento que explique por que aquele projeto saiu assim. Eles dizem: “Não! Não podemos aceitar porque isso vai dar um trabalhão, isso vai dar um trabalho enorme para a Secretaria da Fazenda! Isso não está no sistema novo que nós estamos implantando!” Claro, se estivesse, não precisava apresentar projeto; isso é uma coisa tão óbvia!

Eu já sei que esse Veto será discutido aqui, e eu vou fazer um grande trabalho de convencimento para mostrar que isso é bom para muita gente, para milhares de pessoas, Ver. Brasinha, para milhares de pessoas que têm o seu nome inscrito na Dívida Ativa do Município e que terão a oportunidade de fazer uma negociação justa, como no Governo Federal, Ver. Mauro Pinheiro. O Governo Federal já fez isso e deu muito bom resultado. Espero que os Vereadores aqui entendam o nosso Projeto...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, uma boa tarde a todos neste retorno depois da maior festa popular do Planeta, que é o nosso carnaval. Gostaria de iniciar, Sr. Presidente, prestando contas aqui e, mais do que isso, dizendo da importância da agilidade que tivemos nesta Casa em relação ao corte das árvores do Gasômetro. Foi uma articulação feita pelo nosso Presidente da Comissão, Paulo Brum, com o Líder do Governo, Ver. Airto Ferronato, a partir do momento em que a Ver.ª Sofia Cavedon trouxe a este plenário o impacto que estava sendo causado em toda a Cidade. Esta Câmara respondeu imediatamente. Tivemos uma reunião naquela tarde mesmo, vários Vereadores participaram, e foi chamada uma reunião para amanhã, às 9h30min, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em que estaremos com a Prefeitura – o Ver. Paulo Brum convidou o Sr. Secretário Municipal de Meio Ambiente, ex-Vereador Záchia –, os interessados, os moradores, a Agapan e com todos os Vereadores que quiserem participar. Esta Câmara Municipal prontamente respondeu a uma intervenção ambiental não conhecida pela população e inclusive por esta Câmara Municipal. Creio que amanhã poderemos fazer o melhor encaminhamento que deva ser feito para que haja a preservação sem a paralisação das obras. A melhor forma de fazer isso é com uma boa discussão coletiva com todos os interessados. Quero dizer que me sinto, Ver. Paulo Brum, muito contemplada pela presteza e pela parceria que já estamos fazendo na nossa Comissão; tem sido um prazer trabalhar com V. Exa.

O segundo assunto que me traz aqui é que a Ver. Fernanda trouxe um assunto importante, sobre o qual eu estava conversando há pouco com a Ver.ª Lourdes e com o Ver. Cecchim. Já temos reuniões marcadas com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, com a Secretaria Municipal de Saúde e com o Conselho Municipal da Saúde, dentro da programação da Secretaria. Não é apenas uma Pilar, são milhares de “pilares”, e não são apenas as ecografias, mas também as mamografias. Essa realidade – as políticas específicas, como a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher dentro do SUS – tem de ser olhada sob o ponto de vista dessa atenção integral. Eu tenho uma boa experiência nessa área, como farmacêutica e como ex-Superintendente do Conceição. Uma boa referência, na cidade de Porto Alegre, é o Hospital Fêmina, onde nós implantamos a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Mas não basta apenas nós pensarmos lá no Hospital, nós temos de ter a porta de entrada na cidade de Porto Alegre. A porta de entrada é a estratégia de Saúde da Família. Porto Alegre está devendo isso às mulheres, aos homens, às crianças, aos velhos, enfim, à sua população, pois isso é fazer Saúde pública. A porta de entrada é com as 300 equipes da estratégia da Saúde da Família que estão faltando em Porto Alegre para que os trabalhadores sejam assistidos de uma forma integral com equipes multiprofissionais, com escolas, como a do GHC, para a formação e capacitação dessas equipes. Então, é a porta de entrada, é a agilidade, porque a saúde da mulher, a saúde da criança, a saúde da sociedade é que está em risco quando uma mulher – e aí não é uma só, não é uma Pilar, são milhares de “pilares” – não tem acesso a uma ecografia para ter um parto mais seguro e, principalmente, para que se possa ver a evolução dessa criança.

Eu finalizo, Sr. Presidente, dizendo que, como membro da Direção de carnaval da Imperatriz Dona Leopoldina há 22 anos, como baiana da Escola Imperatriz Dona Leopoldina, que o carnaval de Porto Alegre não deixa nada a dever para o mundo inteiro. Quero cumprimentar as escolas campeãs e, sem dúvida, a nossa está entre elas. Mas quero cumprimentar os verdadeiros campeões, que são os artesãos dentro dos barracões, que é o povo da escola, que são as comunidades organizadas, que são aqueles que vão para a avenida cantar bem alto o samba da sua escola, levar adiante o tema-enredo da sua escola. E quero dizer que saí dessa avenida com as mãos e os braços queimados, porque faço no barracão os adereços das baianas no sentido de comunidade. Eu não quero dizer que a Imperatriz apresentou o melhor, mas eu quero dizer que a Ala das Baianas da Imperatriz, em homenagem à mãe das águas, Oxum, foi uma ala feita pela comunidade, foram as baianas mais lindas desta Cidade pelo que representavam, pelo seus adereços, pelo seu trabalho, porque são mulheres de luta, mulheres da comunidade, mulheres que trabalham e que se dedicam com muito amor para sua escola. Então, em nome das baianas da Imperatriz, como baiana-guia dessa escola, aquela baiana do meio, aquela baiana que com as outras atirou flores e perfumes de Oxum a Porto Alegre, mostramos que o carnaval também é um momento, além da integração, de unidade daqueles que querem as transformações. O carnaval é a festa do nosso povo, o carnaval é a soberania dessa Nação, porque ali naquela avenida estão as histórias, as crenças, as lendas, a harmonia e a beleza de um povo que constrói essa Nação. Então, como baiana da Imperatriz, cumprimento todas as escolas e, de uma forma muito particular, as minhas 54 companheiras baianas – nós somos 55 –, que mostraram na avenida o que é o rodar na avenida, o que é o oferecer na avenida, o que é o se integrar dentro da temática com algo que faz parte da própria espiritualidade do próprio povo brasileiro.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago Duarte): Aproveito, Ver.ª Jussara Cony, para mandar um abraço a todas as escolas, em especial ao Estado Maior da Restinga, aos seus componentes.

E gostaria de dizer, no que se refere à ecografia, que é um exame fundamental da rotina de pré-natal, pelo menos uma ecografia obstétrica, mesmo em gestações de baixo risco.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna para esclarecer alguns detalhes. Primeiramente, quero agradecer ao meu Líder, Ver. Cassio Trogildo, que permitiu que eu falasse em Tempo de Liderança. E também esclarecer ao meu querido amigo, Ver. Pedro Ruas, o qual eu admiro pelo trabalho, pela dignidade e honestidade – inclusive ele foi um dos cidadãos que me homenageou no Centenário do Grêmio, uma homenagem que eu jamais esquecerei –, mas, com toda certeza, eu não vou poder acompanhar V. Exa. no Projeto de Tombamento do Estádio Olímpico. Eu tenho um respeito muito grande pelo seu trabalho, o senhor sabe o quanto eu o admiro.

Nós participamos diretamente desse debate, da negociação do Estádio Olímpico para legalizar a área do Grêmio, porque ele tinha a posse, mas legalmente não era proprietário, e foi feita uma doação do Município. Realmente, não posso participar do seu Projeto, eu lhe peço desculpas, porque fui um dos que defendeu e ajudou a aprovar essa negociação do Grêmio com a construtora OAS. Eu me achei no direito de me manifestar, Ver. Pedro Ruas, porque antes eu fiz um aparte e disse que, na minha concepção – não estou dizendo que V. Exa. quer dar um calote –, isso é um verdadeiro calote. Eu peço desculpas ao senhor porque sei do seu trabalho, sei da sua luta, o senhor é um Vereador que trabalha, e trabalha muito.

Agora, eu gostaria de falar com o meu Ver. Alberto Kopittke, que logo mais me acompanhará numa reunião da OAS, com o Diretor Eduardo de Souza Pinto, às 16h, a respeito da avalanche do Grêmio. Por quê? O Ver. Alberto Kopittke realizou uma audiência pública na quarta-feira à noite, quando ele explanou tudo o que ele acha. Ele acha que lá tem que continuar como foi feito o projeto, que foi um projeto estudado. Eu vejo que esse assunto tem que ficar entre os arquitetos e os engenheiros porque, na realidade, eu sei torcer pelo Grêmio e estou sempre ali na geral, torcendo pelo meu Grêmio. O Tarciso, também, quantas vezes esteve lá, e eu, juntamente com o Tarciso, participo. Vou defender o torcedor, porque torcedor tem uma verdadeira paixão... O Ver. Pedro Ruas sabe quantas pessoas viajam direto atrás do Grêmio. Eu mesmo, comecei a ir à geral do Grêmio, Ver. Pedro Ruas, com o meu filho Tales, quando ele tinha três anos; hoje ele está com 13, faz dez anos que ele frequenta o Grêmio junto comigo e, graças a Deus, nunca aconteceu nada, graças a Deus! Então, vou acompanhar o Ver. Alberto Kopittke, mais uns colegas torcedores, mais um conselheiro do Grêmio, que vão à reunião do árbitro. Se o Ver. Reginaldo Pujol quiser nos acompanhar, fique à vontade.

Então, senhores, repito que estarei ao lado do torcedor sempre, ao lado do cidadão mais humilde, com essa humildade que tenho pela torcida e pelo bom andar do espetáculo. Hoje a imprensa praticamente não mostra os gols do Grêmio, o atleta; mostra a imagem da torcida da geral do Grêmio fazendo aquele verdadeiro espetáculo, que é mostrado para o mundo todo. Dou meus parabéns ao Diretor da OAS, que vai nos receber, e ver o que pode ser feito...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: ...Jamais quero discordar dos bombeiros, da Brigada Militar, das pessoas que entendem de segurança, mas vamos ter essa reunião, para ter uma iniciativa, quem sabe uma mobilização, amanhã. Quero agradecer aos senhores e às senhoras, Presidente, quero agradecer mais uma vez ao meu Partido, que me permitiu falar em Liderança, e dizer que temos amanhã um grande compromisso: a ida para o Tri da Libertadores. Vamos lá, Alberto Kopittke!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, público que nos assiste aqui na TV Câmara, agradeço aos colegas que me cederam este tempo para eu falar em Liderança pela oposição, como o Ver. Pedro Ruas e os demais colegas que aqui estão. Volto aqui à tribuna para dar sequência a um diálogo que, na última Sessão, tivemos eu, o Ver. Delegado Cleiton, a Ver.ª Mônica Leal e o Ver. Idenir Cecchim. Depois a Sessão encerrou-se, e nós não tivemos a oportunidade de dar sequência, mas esse é um tema que preocupa a todos nós, e eu fiquei pensando, todo esse feriado, sobre o diálogo que tivemos. Talvez, no calor daquele momento, se eu houvesse subido à tribuna, ainda novato que sou no exercício das funções parlamentares, talvez tivesse respondido, Ver. Cecchim, num tom um pouco acima do recomendável, e esse tempo que a vida me deu nesses últimos dias eu acho que foi muito útil, porque eu refleti, Ver. Delegado Cleiton, que eu não fui eleito para tratar de Segurança pública contra o Prefeito Fortunati, eu fui eleito para dialogar e para buscarmos as melhores formas que podemos buscar em qualquer lugar do mundo, seja com que Partido for, e é isso que a sociedade espera de nós, políticos que exercemos esta função. Quero aqui me colocar novamente à disposição do Prefeito Fortunati e do seu Secretário de Segurança, porque um bandido, quando ele vai cometer um crime, ele não pergunta para o cidadão de que Partido esse cidadão é, e as cidades que conseguiram vencer a violência foram aquelas que conseguiram unir-se, colocar as diferenças ideológicas e políticas de lado e traçar planos de longo prazo. Nós estamos todos nesse barco difícil e duro da violência, os Partidos de todos nós já governaram o Estado e já tiveram sob sua responsabilidade a Secretaria de Segurança, e, mesmo apesar dos esforços daqueles que lá estiveram, a violência segue subindo no nosso Estado. Nesses últimos 40 anos, a violência, o número de homicídios subiu, Ver. Delegado Cleiton, mais de 150% aqui no Rio Grande do Sul, e não por falta de prisões, porque, no mesmo período, nos últimos 40 anos, nós aumentamos a massa carcerária em 250% aqui em nosso Estado, mas a violência não diminui, só vem aumentando. Eu digo isso, porque, em Canoas, eu tive a oportunidade de coordenar esse movimento de união quando era a Governadora Yeda que estava no cargo do Palácio Piratini, e nós conseguimos, com a Brigada, com a Polícia Civil, com a Polícia Rodoviária Federal, com a Polícia Federal, todos os órgãos municipais, criar um grande movimento de união, uma prioridade máxima nesse tema da vida e contra a insegurança em nossas ruas. É a isso que me disponho, Ver. Cecchim, e não a fazer aqui exercícios de retórica, de ataque e contra-ataque. Não é isso que a população espera da política moderna, a população espera que os políticos modernos busquem soluções concretas, como bem disse o Ver. Delegado Cleiton. E nós temos que unir todas as teorias e experiências possíveis, aqui em nossa Cidade, se realmente quisermos vencer a violência. É possível diminuirmos a violência a curto prazo, Ver. Nedel, mas nós precisamos unir esforços e traçar um grande plano, colocando a vida em primeiro lugar nesta Cidade. Eu quero dizer do conhecimento que tenho desses oito anos e de ter coordenado a única experiência de redução da violência que algumas cidades da Região Metropolitana já viram nos últimos 20 anos, que foi a experiência que coordenei em Canoas, quando reduzimos em 46% os homicídios e em 42% o número de carros roubados e furtados naquela Cidade. Então, estou à disposição, Ver. Cecchim, com muito diálogo, colocando diferenças partidárias e ideológicas de lado...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem, venho à tribuna hoje manifestar uma alegria muito grande sobre o carnaval. Quero, de coração, agradecer à escola de samba de Viamão Unidos de Vila Isabel pela oportunidade que me deu de reviver, no coração, com muita emoção, naquele carro que representou o Estádio Olímpico Monumental. Que pena que o caminhão que representava a Arena – que é a história hoje do Grêmio, essa é a verdade – teve alguns problemas e não pôde desfilar, mas isso faz parte da vida, faz parte do jogo. Então, quero agradecer ao Presidente e a toda aquela comunidade por terem me dado essa grande oportunidade de reviver no coração todas aquelas emoções que passei no Grêmio.

Há dois Projetos aqui muito bons, o da Ver.ª Fernanda e o do Ver. Márcio Bins Ely. O Projeto do Ver. Pedro Ruas... Pedro Ruas, se há um cara aqui que foi contra a Arena, fui eu, o Brasinha sabe disso. No filme da Arena, há um depoimento meu e um do Paulo Odone, que diz que eu era contra, mas, quando eu entrei na Arena, fiquei superemocionado, porque eu comecei ali a pensar que estava sendo muito egoísta, porque a história do Grêmio não é só minha, mas sim de toda a nação azul, de todos os jogadores que jogaram ali naquele gramado, de todos os torcedores que sentaram naquela arquibancada. Então, eu estava sendo egoísta, e, no depoimento, eu digo que o cimento, o ferro, isso tudo será corroído pelo tempo, isso acaba, a única coisa que não acaba, Brasinha, é a história. Essa está no livro, está escrita. E aquilo me confortou quando entrei na Arena, porque vi que o Grêmio iria começar uma nova história na Arena do Grêmio. Agora, esse Projeto, Pedro Ruas, se tu o fizesses antes, naquela briga em que estavas – eu acho que eu e o Hélio Dourado éramos contra, quando falávamos perante a imprensa –, tu terias o meu apoio e a minha assinatura. Agora, é impossível, Pedro Ruas, porque é OAS e Grêmio, e o Grêmio é particular, existe um Conselho do Grêmio que votou “sim”, e a OAS é particular, é uma troca de chave. Então, eu não sei... Claro, nesse ponto eu sou ignorante, mas tu, que és um grande advogado, se estás fazendo essa lei, é porque viu alguma brecha para entrar para ser feito. Oxalá isso aconteça, porque a história do passado vai ficar viva, e a história do presente é a Arena. Mas não sei quando isso será desenvolvido.

Quero agradecer a todos pelo carinho, por tudo aquilo que o Grêmio fez por mim, pela minha família. Então, eu tenho um apreço profundo pelo Monumental. A minha residência fica a cem metros atrás do campo do Grêmio. Eu construí aquela casa para ter mais tempo para treinar, para que pudesse, no domingo, representar bem aquela massa, e para a geral, a quem eu fazia o gol, eu corria para vibrar, porque eu sei o que é a geral: a geral é aquele povo fanático, aquele povo que ama o Grêmio, que diz: “Até a pé nós iremos”. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Tarciso Fecha Negra. Destaco aqui a presença do nosso sempre Vereador Valdir Fraga.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, nós, todas as oito Vereadoras, por meio das que estão presentes, precisamos entregar a V. Exa. um documento encaminhando o resultado da reunião de Líderes em relação às atividades da Semana da Mulher. Pode ser neste momento?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Claro, muito obrigado, Vereadora.

 

(Procede-se à entrega do documento.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, meu sempre Vereador Deputado Valdir Fraga, senhoras, senhores, amigos na plateia; hoje estou com uma gravata laranja, presente do meu amigo de Bancada Clàudio Janta, e homenageando também a minha colega Jussara Cony, que falou aqui de sua escola de samba, nossa escola de samba, a escola em que eu desfilo há cinco anos, e que lá na avenida estava mandando energias com a sua ala de baianas, inclusive fui presenteado com algumas pétalas de flores e perfume. Deixa a “laranja” nos levar, não é, Jussara Cony?

Uma preocupação que nós tínhamos era: “Será que o carnaval sairá?” E saiu. Na data da verificação pelo Ministério Público e pelos Bombeiros, compareci àquele local e visitei vários barracões, inclusive falando com aquela comunidade que trabalha lá. Realmente foram refeitas algumas situações, como abrir as portas de emergência; derrubaram algumas salas que eram feitas para descanso dos operários e escritórios da diretoria, colocaram novos extintores. Visitei também os funcionários anônimos – DEP, DMAE, Secretaria da Saúde –, onde fui muito recebido pela Miria, Coordenadora Técnica da UPA Avançada, que nos apresentou todas as atitudes que seriam tomadas no desfile das escolas de samba.

Eu queria discordar do Ver. Cecchim quanto ao pessoal que trabalha no Largo e da Economia Solidária. Eu conheço vários e, em nome de uma, posso tratar em nome de todos que trabalham lá vendendo o seu material, que é a dona Eloá, assim conhecida, a moradora mais antiga da Cefer I, que trabalha para o seu sustento junto à Economia Solidária.

Também gostaria de dizer que o Ver. Kopittke, sempre com a sua coerência, sabe que estamos tratando aqui é de segurança, e segurança, Vereador, realmente não tem Partido. E foi por isso que me manifestei sem criticar Governo nenhum; inclusive, na minha outra manifestação, falei do empenho que o nosso Prefeito está fazendo em trabalhar junto com o Governo do Estado, do qual também o PDT faz parte. Então, é importante dizer que nesses oito anos de trabalho, de um belo trabalho efetuado em Canoas, inclusive fui visitar o novo Secretário de Segurança, meu colega, e vi o belo trabalho que foi feito em Canoas, assim como tem sido feito em vários locais. E inclusive, Vereador, entre essas ações e prisões, participei de muitas e muitas; de várias, nas cidades da Grande Porto Alegre: Cachoeirinha, Viamão...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. DELEGADO CLEITON: ...E quando peço um investimento de 100%, falo em nome da minha instituição, falo em nome dos agentes que trabalharam comigo, e falo em nome – mesmo sem procuração – da Chefia de Polícia. Continuo pensando que o Governo do Estado tem que investir – e torço para isso – 100% em Segurança pública; e sei que isso também faz parte do seu desejo, do senhor, como trabalhador da área de Segurança.

Para encerrar, como estamos próximos de ter um novo Papa, peço aqui, torço e rezo para que o novo representante traga consigo uma maior aproximação com os povos necessitados, um maior diálogo com os governantes, uma maior aproximação com os povos sofridos, principalmente com a África e a América Latina, e uma proximidade maior com os anseios e necessidades deste mundo moderno. Torço por uma nova visão católica no mundo. Segurança e paz a todos! Obrigado pelo espaço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Como não há mais inscrições para Comunicação de Líder, e hoje não haverá Ordem do Dia, declaro encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h38min.)

 

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